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Economia da China esfria e reduz necessidade de aperto

O crescimento da produção industrial da China desacelerou muito mais
que o previsto em abril, sugerindo que a segunda maior economia do mundo
está esfriando e precisando menos de um aperto monetário agressivo,
apesar da inflação elevada.

A inflação ao consumidor chinês caiu levemente no mês passado, para
5,3 por cento, ante a máxima em 32 meses de 5,4 por cento em março. O
resultado superou expectativas, mas destacou que as pressões
inflacionárias estão atingindo um ponto máximo e podem começar a
diminuir no segundo semestre.

A produção industrial cresceu 13,4 por cento na comparação anual, mas
a taxa ficou mais de um ponto percentual abaixo das previsões e do
ritmo registrado em março.

O aumento das vendas no varejo chinês desacelerou mais que o
esperado, enquanto a oferta de crédito e os empréstimos em iuans tiveram
a menor expansão em 29 meses, sinais de que as medidas para esfriar a
economia estão começando a fazer efeito.

As vendas no varejo subiram 17,1 por cento, alta menor que a de 17,6
por cento prevista em uma pesquisa da Reuters. Em março, as vendas
subiram 17,4 por cento.

A maioria dos analistas disse que o banco central da China pode
reduzir a intensidade do aperto monetário, e um proeminente economista
do governo foi além, dizendo que os formuladores de políticas podem
ficar preocupados com uma desaceleração excessiva.

Visando uma inflação média de 4 por cento neste ano, as autoridades
chinesas declararam que combater a escalada dos preços é a prioridade de
2011. O custo dos alimentos gera temores de uma inflação mais ampla,
que possa descarrilar a recuperação ou até desencadear conflitos
sociais.

Os preços de alimentos caíram 0,4 por cento em abril sobre março, mas
ficaram 11,5 por cento mais altos que um ano atrás. Excluindo
alimentos, os preços subiram 0,4 por cento em abril ante março.

Analistas disseram que a queda dos preços de alimentos indica uma
redução das pressões inflacionárias gerais. A inflação ao consumidor
ainda pode subir até meados do ano — em parte, refletindo a baixa base
de comparação de 2010 –, mas deve cair no segundo semestre.

‘Os dados sugerem que as medidas anteriores para segurar o crédito e o
crescimento tiveram um impacto’, disse George Worthington,
economista-chefe para a Ásia da IFR Markets, umaunidade da Thomson
Reuters, em Sydney.

Os bancos chineses concederam 739,6 bilhões de iuans em novos
empréstimos no mês passado, mais que as previsões de 700 bilhões,
segundo números do BC do país.

O crescimento de 15,3 por cento na oferta de dinheiro M2 foi menor
que a expansão antecipada de 16,5 por cento e o menor ritmo em 29 meses.

fonte: G1