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14º Fórum Energiplast na Fiema Brasil

Evento ocorreu na última quinta-feira, 22 de maio, no Fundaparque, em Bento Gonçalves (RS)

O futuro da gestão de resíduos sólidos e sua conversão em energia foi o foco do 14º Fórum Energiplast, realizado na última quinta-feira, 22 de maio, durante a Feira Fiema Brasil, no Fundaparque, em Bento Gonçalves (RS). A iniciativa, promovida pelo Sinplast-RS e pelo Instituto SustenPlást, reuniu especialistas, empresários e representantes de instituições públicas e privadas.

O presidente do Sinplast-RS, Alfredo Schmitt, destacou que encontros como esse são essenciais para disseminar informações qualificadas e ampliar o conhecimento sobre energias renováveis, economia circular e sustentabilidade. A solenidade de abertura contou com a participação do coordenador geral do Fórum, Luiz Henrique Hartmann, do diretor de operações da Fundação Proamb, Gustavo Fiorese, da gerente da Unisind, Patrícia Mânica, e da coordenadora de Circularidade da Abiquim, Carolina Ponce de León. Todos ressaltaram a importância nacional dos temas debatidos.

O primeiro painel, conduzido pelo engenheiro de materiais e consultor do Sinplast-RS, Manoel Lisboa, abordou a geração de energia a partir de resíduos. Yuri Schmitk, da Associação Brasileira de Energia de Resíduos (ABREN), afirmou que “a China hoje lidera a produção de biogás e a recuperação energética, utilizando tecnologias sustentáveis”. Na sequência, Rodrigo Bombonatto Assumpção, superintendente de Engenharia e Energia do Grupo Orizon Valorização de Resíduos, explicou que “a missão da empresa é valorizar resíduos. Atualmente, operamos em 12 estados e contamos com 17 Ecoparques pelo país. Nosso complexo mais avançado está no aterro de Paulínia, em São Paulo”.

Leomyr Girondi, diretor-presidente da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), apresentou um panorama histórico da destinação de resíduos no Rio Grande do Sul. “Antes de 1970, com uma população majoritariamente rural, havia baixa geração de resíduos”, explicou. O avanço da urbanização, segundo ele, provocou um aumento expressivo na produção de descartes. Daiene Gomes Zagonel, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), detalhou os processos de licenciamento ambiental para atividades de geração de energia a partir de resíduos, abordando os marcos legais aplicáveis.

À tarde, o primeiro painel, mediado por Luiz Henrique Hartmann, trouxe experiências sobre reciclagem mecânica. Alceu Lorenzon, da Alcaplas, relatou sua trajetória na viabilização econômica do reaproveitamento de plásticos. João Paulo Sanfins, CEO da Resiban, apresentou a modernização da unidade de reciclagem de plásticos flexíveis e a fabricação de resinas pós-consumo (PCR).

Jackson Della Giustina Formiga de Moura, CEO da Total Pet, destacou que a empresa já coletou cerca de 2 milhões de garrafas PET e ressaltou que “inovação é uma palavra-chave para nós”. Leonardo Marino, CEO da Lar Plásticos, explicou o modelo operacional da companhia. “Nosso grande desafio é verticalizar todos os processos. Na planta de Atibaia, conseguimos transformar resíduos diretamente em novos produtos”, pontuou. Encerrando, Moisés Weber, CEO da Plastiweber, reforçou que “a economia circular é totalmente viável”.

O segundo painel da tarde tratou da produção de combustíveis derivados de resíduos. Diego Pereira Tarragó, da Fundação Proamb, afirmou que a entidade busca constante modernização para atender às demandas do segmento. Larissa Velho, gerente técnica da Verdera, destacou que “40% do CO₂ provém da queima de combustíveis, principalmente em empresas com alta demanda de energia térmica. Precisamos substituir o uso de fósseis para enfrentar as mudanças climáticas. No ano passado, vivemos uma grande tragédia com enchentes neste estado, o que reforça nosso compromisso ambiental”.

O encerramento ficou por conta de Kadmo Côrtes Silva, do Instituto Lixo Zero Brasil, que apresentou o case “Cidades Lixo Zero (Brasília)”. Para ele, “economia circular é entender que as matérias-primas e todos os materiais que usamos para nosso conforto precisam ganhar um novo significado, retornando ao ciclo produtivo, gerando empregos, renda e tributos locais”.

O Fórum teve patrocínio de Abiquim, Capital Reciclados e Plastiweber, parceria da Revista Plástico Sul e apoio de entidades como Abiplast, Adirplast, Braskem, Comeplax, Fepam, Fimic, Fiergs, Fundação Proamb, Lindner, assim como dos sindicatos co-irmãos Simplás e Simplavi.