A maioria dos indicadores industriais tiveram desempenho negativo no mês
de março, em relação a fevereiro, de acordo com pesquisa divulgada
nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As
razões da retração são atribuídas ao feriadão do Carnaval, que este ano
caiu em março, embora os dois meses tenham tido 20 dias úteis, cada.
Comparativamente
a fevereiro, a pesquisa Indicadores Industriais revela que o
faturamento real caiu 5,2%, as horas trabalhadas foram 2,4% menores, a
utilização da capacidade instalada (UCI) baixou de 83,4% para 82,4%,
retornando a nível de março do ano passado, e o emprego manteve-se
estável, com ligeira queda de 0,1%.
Mas, como explicou o
economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, a ligeira retração do
emprego não influenciou a massa salarial e o rendimento real que
registraram, ambos, crescimento de 3,7%. Isso demonstra, segundo ele,
que os reajustes salariais concedidos pela indústria contemplaram
“ganhos reais significativos”.
A pesquisa da CNI fez comparação
trimestral com igual período de 2010 e registrou que todos os
indicadores cresceram de janeiro a março deste ano, com exceção da UCI,
que recuou 1 ponto percentual. O faturamento real aumentou 2%, as horas
trabalhadas cresceram 0,4%, o emprego está 0,6% maior, a massa salarial
teve expansão de 6,6% e o rendimento médio real evoluiu 2,5%.
Quanto
ao desempenho por setores, a CNI constatou que o segmento têxtil, que
vinha registrando dificuldades de recuperação desde a crise financeira
internacional deflagrada em setembro de 2008, apresentou situação mais
debilitada ainda no mês de março. O faturamento real caiu 10,8% em
relação ao mesmo mês de 2010, e as horas trabalhadas tiveram queda de
0,8%. O maior declínio foi do segmento de móveis, cujo faturamento foi
23,8% menor.
Dos 19 setores pesquisados, só oito contabilizaram
variação positiva no faturamento real, comparado a março do ano passado.
Como diz nota técnica da pesquisa Indicadores Industriais, o quadro
verificado em março destoa do desempenho da indústria de transformação
no mês anterior, quando 17 setores mostraram expansão na mesma base de
comparação.
fonte: Zero Hora