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Juro futuro fecha com leve alta após ata do Copom

O mercado futuro de juros entendeu que o Banco Central deixou uma porta
aberta para novos ajustes na taxa Selic, o juro básico da economia, além
da alta de 0,25 ponto porcentual já precificada para a próxima reunião
do Comitê de Política Monetária (Copom), em julho. No entanto, o que vai
acontecer depois da reunião de julho não é certo, uma vez que a
definição do juro básico dependerá do andamento dos preços e da
atividade econômica nos próximos meses.

Essa foi a conclusão dos
agentes ao lerem hoje a ata da última reunião do Copom que, embora
bastante parecida com a ata de abril, trouxe uma visão mais positiva da
autoridade monetária em relação ao cenário para a inflação, mas por
outro lado não menosprezou os riscos ainda existentes para a trajetória
rumo à meta, mantendo o termo ajuste “suficientemente prolongado” em sua
comunicação. Diante deste quadro, os juros projetados a partir da
negociação de contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) tiveram
no pregão de hoje apenas leve ajuste de alta. Na reunião da semana
passada, o Copom decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual
para 12,25% ao ano.

Ao término da negociação normal na
BM&F, o DI com vencimento em julho projetava taxa de 12,13% ao
ano, ante 12,11% no ajuste de ontem (7.345 contratos negociados no dia);
o DI de outubro de 2011 indicava 12,31% ao ano, ante 12,30% no ajuste
de ontem (98.870 contratos). O DI para janeiro de 2012, com 365.590
contratos, projetava juro de 12,39% ao ano, ante 12,38%, enquanto o DI
de janeiro de 2013 apontava 12,47%, ante 12,44%, com 118.925 contratos.
Nos vencimentos longos, o DI de janeiro de 2017 (24.305 contratos) subia
a 12,17% ao ano, ante 12,16% na véspera, e o DI de janeiro 2021 (7.895
contratos) marcava 12,08%, de 12,05% na véspera.

Na visão do
economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, a autoridade
monetária entende “que não seria desejável comprar o ‘risco do ciclo de
2010’, quando a elevação dos juros foi interrompida após a queda da
inflação no seu período sazonal, mas que voltou a acelerar no quarto
trimestre”. De acordo com operadores consultados pela Agência Estado, o
Banco Central deverá aguardar os desdobramentos das negociações
salariais no segundo semestre, além de acompanhar de perto os
indicadores de atividade e de preços.

A melhora no cenário de
inflação observada pelo BC pode ser comprovada pelo prévia do Índice de
Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de até 15 de junho, divulgado hoje
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IPC-S mostrou desaceleração, ao
subir apenas 0,02%, ante 0,36% do período anterior, a menor variação
desde a quarta quadrissemana de agosto de 2010.

fonte: Jornal do Comercio