A produção de carros no Brasil deve praticamente dobrar até 2025.
Segundo estudo da Fundação Vanzolini, a quantidade deve passar de 3,1
milhões de unidades produzidas no ano passado para mais de 6 milhões em
15 anos. A Fundação Vanzolini é mantida por professores do departamento
de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo.
A participação das montadoras brasileiras, porém, deve
cair ao longo desse período. Hoje, as quatro maiores fábricas de carros
do país (Fiat, GM, Volks e Ford) produzem 80% dos carros vendidos no
mercado interno. De acordo com as estimativas da Fundação Vanzolini, em
2025 vão passar a produzir 66% dos carros, queda de 17,5% na
participação.
O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (11),
no primeiro dia do seminário sobre o futuro da indústria da fabricação
de veículos do país, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Sindicalistas e diretores de montadoras estão discutindo formas de
manter a competitividade da indústria automobilística brasileira ante a
concorrência estrangeira.
Tanto os trabalhadores quanto os
representantes das empresas consideram que a indústria automotora do
país vive um momento difícil. Com o real valorizado e os juros em alta,
compensa cada vez menos produzir carros no Brasil. Os bons salários
conquistados pelos metalúrgicos ao longo dos anos também impactam nos
custos da fabricação.
Esses custos são um problema para as
montadoras, segundo os representantes do setor. Para os sindicalistas,
uma ameaça aos milhares de empregos que o segmento absorve. Por isso,
patrões e empregados decidiram trabalhar juntos. ‘Nós [montadoras e
metalúrgicos] temos uma relação diferenciada’, disse o diretor de
Relações Trabalhistas da Volkswagen, Nilton Junior. ‘Precisamos usar a
inteligência que essa relação tem para encontrar maneiras de sermos
competitivos.’
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
Sérgio Nobre, também acredita que, juntos, empresas e trabalhadores
podem encontrar formas de estimular a produção. Ele lembrou que acordos
entre montadoras e sindicatos, como os feitos em 1992, durante uma crise
do setor, podem aumentar a produtividade das montadoras brasileiras.
fonte: Jornal do Comercio