A atividade industrial gaúcha cresceu apenas 0,7% no primeiro semestre
de 2011, na comparação com o mesmo período de 2010. Somente no mês de
junho, o desempenho do setor industrial gaúcho apresenta um recuo de
2,2%, na comparação com maio, sem os efeitos sazonais. Essa redução é a
maior desde abril de 2009.
— O resultado tímido foi puxado pelas
variáveis ligadas à produção, principalmente o faturamento, e só não
foi pior porque os salários pagos aumentaram nesse período — afirmou em
nota o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul
(Fiergs), Heitor José Müller, ao divulgar o Índice de Desempenho
Industrial (IDI-RS), nesta quinta-feira.
O faturamento do setor
industrial caiu 2,16%, afetando 10 dos 17 setores pesquisados, e está no
mesmo nível do primeiro semestre de 1997, descontada a inflação. Uma
queda acentuada por causa do peso da indústria exportadora na matriz
produtiva do Estado, na qual o recuo chegou a 5% no faturamento de
janeiro a junho desse ano.
Segundo o presidente da Fiergs, a
continuidade do processo de valorização cambial e o mercado
internacional restritivo são os principais entraves. E, no curto prazo,
não são esperadas mudanças, o que foi sinalizado pela perda de 2,9% nas
compras industriais.
— Os estoques de produtos finais estão
acima do planejado hoje, por falta de demanda, implicando em menos
produção amanhã — explicou.
Os impactos negativos no nível de
atividade e na expectativa dos industriais, conforme Müller, também são
consequência da elevada taxa de juros e da carga tributária, além da
escassez de mão de obra.
Tributação é maior problema
Conforme
a Sondagem Industrial da Fiergs, para 65,9% dos empresários, a alta
tributação é o maior problema enfrentado, seguida pela queda do dólar e
pela competição acirrada do mercado. Müller disse que a entidade espera
que a política industrial anunciada pela presidente Dilma consiga evitar
o agravamento da situação.
Já em relação ao mercado de
trabalho, o cenário é inverso na indústria do Estado. A massa salarial
cresceu 4,5% e o emprego acelerou 2,5%. Na comparação com os seis
primeiros meses do ano passado, há 17 mil pessoas empregadas a mais. Os
segmentos com maior reflexo nesse resultado foram Veículos Automotores
(12,2%), Produtos de Metal (8,1%), Máquinas e Equipamentos (3,7%) e
Couro e Calçados (1,7%).
fonte: Zero Hora