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Concordata da MF Global reduz negócios de petróleo

Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam em leve queda, numa sessão com baixo volume de negócios marcada pela ausência dos clientes da MF Global, corretora que pediu concordata nesta segunda-feira (31).

Menos de 300 mil contratos trocaram de mãos hoje na New York Mercantile Exchange (Nymex), volume bastante inferior à média das últimas 200 sessões, de 660 mil contratos. Já se esperava um baixo movimento no mercado por causa do encerramento do mês e dos eventos previstos para essa semana (entre eles o anúncio da decisão de política monetária do Federal Reserve), mas ainda assim alguns analistas disseram que a concordata teve grande impacto sobre o mercado.

“Pelo menos metade do volume desapareceu”, disse Carl Larry, diretor de pesquisas e derivativos da Blue Ocean Brokerage. “Essa não era uma empresa pequena. Fez uma grande diferença.”

Por causa da concordata, as bolsas decidiram que os clientes da MF Global tinham autorização apenas para liquidar posições. As únicas empresas que poderiam continuar negociando seriam aquelas com contas abertas também em outras corretoras. “Isso mostra por que é uma boa ideia adotar essa prática”, disse Tim Evans, analista da Citi Futures Perspective.

Empresas como a MF oferecem serviços vitais para o mercado, equiparando ordens de negócio, gerenciando pagamentos e executando e fechando operações. A corretora tinha como clientes muitos fundos de hedge e empresas que recorriam ao mercado de futuros. “Não consigo negociar”, disse um operador e cliente da MF, sob condição de anonimato. “Nada pode entrar ou sair da sua conta enquanto ela não for transferida para outra câmara de compensação.”

No final da tarde em Nova Iorque, o contrato do petróleo para dezembro caiu US$ 0,13, ou 0,14%, para US$ 93,19 por barril. Em outubro, o contrato acumulou alta de 17,66%. Na plataforma ICE, o contrato do petróleo tipo Brent para dezembro fechou em baixa de US$ 0,35, ou 0,32%, para US$ 109,56 por barril, mas acumulou ganho de 7,07% no mês.

Analistas disseram que o principal fator por trás do declínio nos preços do petróleo aparentemente foram os movimentos do mercado de câmbio. O Japão interveio no mercado para enfraquecer o iene hoje, o que deu força ao dólar e consequentemente pesou sobre o petróleo.

“Foi um pequeno recuo depois do rali da semana passada”, disse Tom Bentz, diretor do BNP Paribas Prime Brokerage. “Havia otimismo embutido nos preços da semana passada. As coisas não mudaram muito, o mercado só está tomando um pouco de fôlego”, acrescentou. As informações são da Dow Jones.

fonte: Jornal do Comércio