Por Edilson Deitos, presidente do Sinplast
A indústria de transformados plásticos estagnou. Se a economia brasileira em geral está sofrendo com as tomadas de decisão que resultaram no aumento da inflação e no freio do consumo deste ano, o setor, sem dúvida, foi um dos mais impactados. Afinal, estamos falando de um desempenho de 2,7%, o que equivale a aproximadamente 6,24 milhões de toneladas. Há quatro anos não tínhamos um resultado tão baixo – algo que preocupa toda a cadeia produtiva, influenciado na retração de investimentos, no crescimento dos negócios e, inclusive, na empregabilidade do setor.
No Rio Grande do Sul, a tendência é que a queda na produção seja ainda maior e fique próximo de 3,5%. Os motivos? Todo o empresariado gaúcho conhece: a desaceleração do Produto Interno Bruto gaúcho – que nos últimos doze meses foi de 4,5% e a perda da competitividade do estado perto de outras regiões do país devido ao elevado custo com logística, o piso regional e os grandes incentivos que outros estados têm proporcionado à indústria.
E o consumo aparente, que mede a produção menos as exportações mais as importações, também apresenta uma tendência de recuo de 1,7%. Neste caso, o coeficiente de importados já representa 11% de todos os materiais plásticos consumidos no Brasil – com um total de 745 mil toneladas de produtos transformados procedentes de outros países.
Prever crescimento para 2015 de 1% faz parte do ímpeto otimista do empreendedor “ não podemos chutar o balde, pois teremos que enxugar depois”. No entanto, como retomar a força e ganhar fôlego em uma disputa tão desleal? No estado, o setor se abre ao diálogo com o novo Governo e se propõe a discutir um programa de incentivo sobre o incremento da arrecadação das vendas para fazer frente às longas distâncias que os produtos transformados plásticos percorrem até os principais polos de consumo – cada vez mais distantes do estado.