Blog

Fiergs espera agilidade na implantação do Plano Brasil Maior

O Plano Brasil Maior, anunciado nesta semana, foi bem recebido pela
indústria gaúcha, que agora se debruça sobre as medidas para avaliar,
ponto a ponto, os seus efeitos. O presidente da Federação das Indústrias
do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, acredita que até a
próxima semana a entidade terá um panorama completo de como as empresas
gaúchas serão impactadas. “Desde terça-feira estamos trabalhando com os
sindicatos para fazer essa avaliação. Sabemos que há uma importante
diminuição de despesas, mas existem outros pontos que precisam ser
considerados”, diz.

Ele observa que as medidas relacionadas à
desoneração da folha de pagamento representam uma quebra de tabu, já que
isso vinha sendo perseguido há muitos anos pelas empresas. Da mesma
forma, o plano serviu como um reconhecimento de que a indústria precisa
ser protegida e que o governo federal está agindo para que isso
aconteça.

O dirigente comenta, entretanto, que a eficácia das
medidas depende da forma e da rapidez com que elas forem implantadas.
“Bons discursos devem ser seguidos de boas práticas”, afirma, receoso
que a burocracia atrapalhe a obtenção de alguns dos benefícios pelas
companhias. Uma das metas da gestão de Müller é justamente trabalhar
para a redução da burocracia nacional e pela simplificação tributária.

Em
uma análise do cenário global, Müller demonstra receio de que o consumo
de produtos brasileiros possa ser afetado caso os EUA e a Europa
demorem mais a se recuperar da crise. Atualmente, cerca de 14% das
exportações do Brasil e 25% das gaúchas são direcionadas para os países
europeus. Da mesma forma, há preocupação de que, ao sentir a demanda
nesses mercados refreada, os países do Leste europeu passem a despejar
seus produtos no Brasil.

Atividade industrial fecha o semestre com leve alta

A
atividade industrial gaúcha do primeiro semestre de 2011 fechou com uma
modesta taxa de crescimento de 0,7%, em relação ao mesmo período do ano
passado. “O resultado tímido foi puxado pelas variáveis ligadas à
produção, principalmente o faturamento, e só não foi pior porque os
salários pagos aumentaram nesse período”, afirmou o presidente Fiergs,
Heitor José Müller, ao divulgar o Índice de Desempenho Industrial
(IDI-RS), nesta quinta-feira.

O faturamento do setor industrial
retraiu 2,16%, afetando 10 dos 17 setores pesquisados, e está no mesmo
nível do primeiro semestre de 1997, descontada a inflação. Uma queda
acentuada por causa do peso da indústria exportadora na matriz produtiva
do Estado, na qual o recuo chegou a 5% no faturamento de janeiro a
junho desse ano.

Segundo o presidente da Fiergs, a continuidade
do processo de valorização cambial e o mercado internacional restritivo
são os principais entraves. E, no curto prazo, não são esperadas
mudanças, o que foi sinalizado pela perda de 2,9% nas compras
industriais. “Os estoques de produtos finais estão acima do planejado
hoje, por falta de demanda, implicando menos produção amanhã”, explicou.

Os impactos negativos no nível de atividade e na expectativa dos
industriais, conforme Müller, também são consequência da elevada taxa
de juros e da carga tributária, além da escassez de mão de obra.
Conforme a Sondagem Industrial da Fiergs, para 65,9% dos empresários, a
alta tributação é o maior problema enfrentado, seguida pela queda do
dólar e pela competição acirrada do mercado. “Esperamos que as medidas
da Política Industrial anunciada consigam evitar que a situação se
agrave”, assinalou.

Já em relação ao mercado de trabalho, o
cenário é inverso na indústria do Estado. A massa salarial cresceu 4,5% e
o emprego acelerou 2,5%.

fonte: jornal do Comercio