O governo federal anunciou novas medidas para conter a crise do setor
arrozeiro. Por meio de leilões, serão retiradas 1 milhão de toneladas do
grão do mercado para permitir que o preço do produto aumente. Serão
direcionados R$ 427 milhões para as operações. O anúncio foi feito na
tarde desta segunda-feira pelo Ministério da Agricultura. Com as novas
ações, o governo vai destinar, no total, R$ 1,1 bilhão para apoiar a
comercialização de mais de 3,5 milhões de toneladas de arroz na safra
2010/2011.
A medida é considerada positiva pela cadeia
produtiva. No entanto, conforme o consultor de mercado Marco Tavares,
para funcionar, é preciso agilizar a flexibilização, pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), no credenciamento de armazéns.
—
São mais instrumentos que estão a favor da comercialização e que
poderão alterar este perfil gravíssimo desde que o governo, ainda nesta
semana, anuncie o mais rápido possível, a flexibilização no
credenciamento de armazéns — alerta.
O governo ainda vai
instituir um grupo de trabalho com representantes das administrações
federal e estadual, produtores e integrantes do Instituto Rio Grandense
do Arroz (Irga). O grupo vai discutir ações estruturais para a cadeia
produtiva, como o melhor aproveitamento da área plantada, novas
destinações para o arroz e atividades alternativas para os arrozeiros.
Cerca
de 200 produtores participaram de mobilização nesta segunda-feira, no
trevo de acesso ao município de São Pedro do Sul, na região central do
Estado. Em um protesto pacífico, eles entregaram panfletos alertando
sobre a situação do setor.
Conforme o presidente do Sindicato
Rural do município, Enio Tatsch, o objetivo foi se somar a outras
mobilizações para mostrar a indignação dos arrozeiros diante da crise de
preços que afeta o sul do Brasil. Ele afirmou que o comércio dos
municípios da região está comprometido pela falta de renda do produtor.
—
Para nós é um atraso muito grande. Se o interior vai mal, a cidade vai
mal também. O comércio todo depende dos produtores rurais. Se não é este
dinheiro, o comércio não consegue sobreviver — salienta.
A
crise de preços do arroz vem desde o início do ano. Mesmo com recursos
de mais de R$ 1 bilhão já liberados, a cotação do grão não reagiu. O
preço mínimo estipulado pelo governo federal é de R$ 25,80 a saca de 50
quilos, mas está sendo comercializada no interior gaúcho a menos de R$
20,00
fonte: Zero Hora