O plenário do Senado aprovou há pouco (23/2) o projeto do Executivo que fixa
o salário mínimo em R$ 545 e estabelece a política de valorização de
longo prazo do piso salarial nacional. Também foi rejeitada a emenda que
fixava o valor do salário mínimo em R$ 600. Foram 55 votos pela
rejeição, 17 pela aprovação e cinco abstenções, totalizando 77 votos.
Também
foi derrubada a emenda que previa um reajuste de R$ 560 para o mínimo. A
proposta foi rejeitada por 54 votos, contra 19 a favor e quatro
abstenções.
Os senadores analisam agora o último destaque do
projeto: a emenda que exclui do projeto de lei dispositivo que prevê
correção anual do salário mínimo por decreto presidencial.
A
sessão de apreciação, discussão e posterior votação do projeto de
reajuste do salário mínimo no Senado já dura mais de seis horas. No
início, os senadores se revezam em discurso no plenário, ora em favor da
proposta do governo, ora contra.
Do total de 81 senadores, 76
registraram presença no início da sessão. Durante a sessão, o número de
presentes chegou a 77. Manifestantes se postaram nas galerias do
plenário com faixas contra o valor proposto pelo Executivo, aplaudindo
os opositores e vaiando os favoráveis ao projeto.
O líder do
governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator do projeto que
fixa o salário mínimo em R$ 545, deu parecer contrário a todas as 11
emendas apresentadas. Ele também afirmou que as emendas de números 1, 3 e
5 serão votadas separadamente, em votação nominal, sendo as demais
votadas em globo.
No início da sessão, em discurso, Jucá defendeu a aprovação do
salário mínimo em R$ 545 e também estabelece uma política de valorização
do piso nacional até 2015, conforme reajuste a ser definido em decreto
presidencial. O senador defendeu o valor proposto pelo governo federal.
— Durante o governo Lula, o salário mínimo teve um ganho real, uma recuperação de 53% — salientou.
O
segundo orador, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), ressaltou que o seu
partido apresentou uma proposta que reajusta o salário mínimo para R$
600. A seguir, o senador Humberto Costa (PT-PE) subiu à tribuna para
defender o reajuste do governo e acabou vaiado pelas galerias. O
presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) teve que solicitar silêncio ao
público.
Na ordem dos pronunciamentos, seguiram-se os senadores
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Walter Pinheiro (PT-BA), Gleisi
Hoffman (PT-PR) e José Agripino (DEM-RN), que defendeu um reajuste de R$
560.
— Voto por esse valor em nome do trabalhador do Brasil, que merece decência — declarou.
Em
seguida, os senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) declarou seu voto pelo
reajuste de R$ 545. Também discursaram durante a sessão Marinor Brito
(PSOL-PA), João Pedro (PT-AM), Roberto Requião (PMDB-PR), Eduardo Braga
(PMDB-AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ),
Eduardo Suplicy (PT-SP), Francisco Dornelles (PP-RJ), Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP), Paulo Bauer (PSDB-SC), Vital do Rego (PMDB-PB), Flexa
Ribeiro (PSDB-PA), Demóstenes Torres (DEM-GO), Lúcia Vania (PSDB-GO),
Inácio Arruda (PCdoB-CE), Magno Malta (PR-ES), Renan Calheiros
(PMDB-AL), Kátia Abreu (DEM-TO), José Pimentel (PT-CE), Jorge Viana
(PT-AC), Antonio Carlos Valadares (PSB-CE), Pedro Taques (PDT-MT), Mário
Couto (PSDB-PA), Aécio Neves (PSDB-MG).
O presidente da Casa,
José Sarney, teve que deixar a sessão por alguns momentos, porque sua
mulher foi levada para um hospital para ser atendida depois atendida em
um hospital após sofrer uma queda em casa. Sarney já retornou ao
comando dos trabalhos e muitos manifestantes já deixaram as tribunas.
fonte: Zero Hora