O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central)
conseguiu realizar nos primeiros quatro meses deste ano a metade do
valor da meta de superávit primário para o acumulado de 2011. Segundo os
dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional, a economia realizada de
janeiro a abril foi de R$ 41,479 bilhões, enquanto a meta de superávit
do governo central para o ano é de R$ 81,8 bilhões.
O superávit
primário representa a economia para pagamento dos juros da dívida
pública. Ainda segundo os dados do Tesouro Nacional, no acumulado dos 12
meses encerrados em abril, o superávit primário soma R$ 95,7 bilhões, o
que equivale a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
O
superávit primário de R$ 41,479 bilhões no acumulado de janeiro a abril
deste ano é recorde para o período e já superou a meta prevista para
até agosto de 2011, de R$ 39,974 bilhões, segundo o secretário do
Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele disse que o governo “precisou”
fazer uma economia mais forte no início do ano.
“Já realizamos no
primeiro quadrimestre do ano um superávit maior do que a meta para o
segundo quadrimestre”, destacou Augustin. “A gente vem adequando o
primário não só à meta do ano, mas também ajustando a necessidade no
decorrer do ano. No início de 2011 precisávamos de primário mais forte e
fizemos isso, o que coloca uma perspectiva positiva para o ano”,
completou.
Apesar da reiterada promessa da equipe econômica de
que os investimentos seriam mantidos, sendo poupados dos cortes
orçamentários no ajuste fiscal deste ano, a execução dos investimentos
previstos no Orçamento de 2011 tem sido freada. Dos R$ 13,381 bilhões em
pagamentos referentes a investimentos realizados pelo governo central
até abril deste ano, apenas R$ 685,808 milhões se referem a despesas do
Orçamento deste ano. Os R$ 12,695 bilhões restantes são de restos a
pagar de anos anteriores.
Na prática, isso significa que o
governo tem desembolsado recursos apenas para investimentos empenhados
em outros anos, segurando os recursos do Orçamento de 2011 para fazer
superávit. Por isso, o ritmo de expansão dos investimentos vem caindo
mês a mês, chegando a apenas 5% no acumulado dos quatro primeiros meses
do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em janeiro,
essa expansão era de 85%, caindo para 25% no acumulado até fevereiro e
para 9% no período até março.
fonte: Jornal do Comércio