As exportações bateram recorde na segunda semana de novembro, entre os dias 7 e 13 deste mês, quando somaram US$ 1,31 bilhão por dia útil, ou US$ 6,56 bilhões, segundo números divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Com o bom resultado das vendas externas, o saldo da balança comercial brasileira (exportações menos importações) voltou ao azul na semana passada, quando registrou um superávit de US$ 1,5 bilhão. Trata-se do maior resultado semanal deste ano.
Analistas de comércio exterior avaliam que o critério pela média diária é considerado mais apropriado para comparações. Até então, o recorde semanal de exportações havia sido registrado na primeira semana de abril (US$ 1,28 bilhão).
Segundo informações do governo, o bom desempenho das exportações, na semana passada, está relacionado com as vendas de produtos semimanufaturados (aumento de 49,1% sobre a primeira semana de novembro) e de produtos básicos (+47,3%).
As exportações de açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, ouro em forma semimanufaturada, óleo de soja em bruto e ferro-ligas, além de minério de ferro, soja em grão, petróleo, farelo de soja e carne de frango e suína se destacaram, informou o MDIC.
Saldo comercial da última semana e parcial de novembro
Na primeira semana deste mês, a balança comercial tinha registrado déficit (com importações superando as vendas externas) de US$ 543 milhões.
No acumulado de novembro, o saldo também retornou ao campo positivo com os bons números da última semana. Na parcial deste mês, até o dia 13, o saldo comercial ficou positivo em US$ 1,03 bilhão, resultado de exportações em US$ 9,74 bilhões e de importações de US$ 8,71 bilhões.
Parcial do ano
No acumulado deste ano, até 13 de novembro, as exportações brasileiras ultrapassaram as importações em US$ 26,42 bilhões, informou o governo. Com isso, o superávit da balança comercial avançou 66,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando estava em US$ 15,84 bilhões.
O aumento do saldo comercial neste ano está relacionado, principalmente, com a elevação dos preços das chamadas “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro, entre outros) no mercado externo. Com o preço em alta, as vendas externas se tornam mais rentáveis – o que aumenta o valor das exportações.
As exportações brasileiras, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, somaram US$ 221,88 bilhões no acumulado deste ano, com crescimento de 28,9% sobre o igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 195,46 bilhões na parcial de 2011, com elevação de 25,1% sobre o mesmo período do ano passado.
Ano de 2010 e previsões
Em 2010, com o forte crescimento das importações, fruto do elevado ritmo de crescimento da economia brasileira (7,5%) e do dólar baixo – fator que encarece as vendas externas e tornam as compras do exterior mais baratas – o saldo comercial ficou positivo em US$ 20,27 bilhões, o valor mais baixo em oito anos.
O desempenho da balança comercial em 2011 tem surpreendido os analistas, visto que, no início deste ano, o mercado financeiro acreditava que o superávit ficaria abaixo de US$ 9 bilhões. Com os bons números dos últimos meses, este dado tem sido constantemente revisado para cima.
Os economistas de instituições financeiras acreditam atualmente que, mesmo com um crescimento menor da economia (cerca de 3,2%) e com um dólar baixo registrado em boa parte deste ano, a balança comercial brasileira, principalmente por conta da alta dos preços das “commodities”, deve registrar um saldo positivo de US$ 28 bilhões neste ano, valor pouco acima dos US$ 27 bilhões de saldo positivo previstos pelo Ministério do Desenvolvimento.
fonte: Jornal do Comercio