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Economia circular é debatida em live

No Dia Mundial da Reciclagem (17.05), o assessor do Sinplast-RS pela Valorização do Plástico Manoel Lisboa juntamente com o Engenheiro Ambiental e Consultor do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho – Simplás, Jaime Caneda, participaram da live “Economia Circular como ferramenta de prevenção a desastres naturais”, promovida pela Revista Plástico Sul, com mediação da jornalista Melina Gonçalves. O conteúdo está disponível na íntegra no canal da Plástico Sul no YouTube.

O tema do bate-papo chega em um momento muito oportuno, devido às enchentes que o Rio Grande do Sul enfrenta desde o início do mês de maio, abordando de forma clara como as questões ambientais vem colaborando nesses tipos de eventos, bem como a economia circular pode vir a amenizar os impactos. “Para evitar danos irreversíveis e proteger as gerações futuras, é crucial agir rapidamente. Cada indivíduo tem um papel a desempenhar na redução da sua pegada de carbono e na adoção de práticas sustentáveis. No entanto, medidas individuais não são o suficiente. É necessário pressionar por políticas públicas mais ambiciosas incluindo a diminuição de gases de efeito estufa, incentivo de energias renováveis e ao aumento da reciclagem no país”, avalia Melina.

Para Jaime Caneda, situações como as enchentes no estado, assim como no mundo inteiro, que vem sofrendo com questões climáticas, demonstram o uso exagerado de recursos naturais, mas a economia circular pode ser uma grande aliada na mitigação dessas situações. “Não vamos ter um bom futuro se não pensarmos na circularidade, é uma questão econômica porque vai começar a faltar os materiais para que possamos fazer as coisas. E se não fizermos certas coisas, inclusive na questão do alimento, logo vamos ter que começar a escolher aquilo que a gente precisa ter ou fazer”, pondera Caneda, que ainda complementa que a circularidade não acontece só na reciclagem ou no design de produto, mas que ela precisa de toda uma infraestrutura e planejamento para ocorrer de forma eficaz.

O consultor do Sinplast-RS, Manoel Lisboa, deu uma aula sobre os acontecimentos, explicando que as mudanças estão acontecendo muito rápido e isso é um aviso para continuarmos a refletir principalmente sobre o nosso estilo de vida, o nosso estilo de consumo e o nosso estilo de descarte, o quanto isso tem afetado o planeta. Hoje temos uma população crescente e uma quantidade enorme de produtos que são feitos todos os dias, assim extraindo muito mais do que o planeta pode dar. “Quando a gente consome demais a gente retira recursos. Quando retiramos recursos, precisamos de energia para transformar esses recursos. A energia basicamente significa gerar CO² e depois eu tenho uma quantidade muito grande de resíduos que eu gero e que o planeta não tem condições de absorver nessa quantidade que a gente gera. Então a partir do momento que eu gero CO², é sabido hoje que a gente aumenta as temperaturas no planeta como um todo. A partir desse aumento de temperatura, aumentamos também a taxa de evaporação. A água vai subir, os ventos vão levar para outras regiões, vai baixar a temperatura, ela vai condensar e cair na forma de chuva. E é isso que vem acontecendo nesse momento”, explica.

Precisamos buscar o equilíbrio mudando os hábitos de consumos ou reduzirmos o consumo. Essa mudança vai desde um hábito pessoal a um modelo de negócio a ser implantado na sociedade como um todo. Esse modelo seria uma ferramenta para que possamos continuar tendo acesso aos bens e continuarmos a ter qualidade de vida boa, mas sem exaurir os recursos do planeta. “Aí entra a economia circular que é extremamente importante para a gente fazer essa mudança. A gente reduz não buscando produtos na natureza e como fazer isso? Criando produtos para durar mais, dobrar a capacidade de entrega de um produto com a mesma quantidade de material e a mesma quantidade de energia que foi colocada. A indústria de materiais de construção repensar e trazer materiais mais inteligentes, entre outros” explana Lisboa.

Nessa linha circular, a compra de um novo produto se dá ao falhar/estragar, mas sempre pensando em seu reaproveitamento como manutenção, remanufatura e por último em reciclagem, porque nenhum material deve ser jogado fora. “Qualquer material trabalha 4 coisas: matéria prima, mão de obra, energia e valor econômico. Então, toda vez que eu não reciclo eu perco tudo isso e toda vez que eu reciclo vou reaproveitar o material, muitas vezes na sua integridade”, explica.

A live trouxe muitos pontos sobre a economia circular e novos modelos de negócios e serviços já vigentes em países europeus e que podem ser adaptados para o Brasil, mas antes de qualquer tipo de implantação é preciso conversar, debater para que as ideias sejam ouvidas e a população seja ricamente nutrida de informações. “A catástrofe que vimos no Rio Grande do Sul é uma consequência de vários fatores e justifica a importância de continuar a discussão sobre a economia circular, porque é um dos caminhos para a mitigação desses eventos climáticos, cada um fazendo a sua parte: indústria, poder público e nós como seres humanos também entramos nessa”, finaliza Melina.