Na última quinta-feira (29.06), o Sinplast-RS realizou, na FIERGS, um encontro estratégico com empresários do setor plástico para debater os cenários políticos e econômicos que se desenham na segunda metade do atual governo. O cientista político Leonardo Barreto foi o convidado especial, trazendo uma análise aprofundada com o tema “Lula 3.0 — Risco Político e Econômico na Segunda Metade do Mandato”.
De acordo com Barreto, o governo atual opera, neste momento, sem uma agenda concreta de desenvolvimento até 2026. “A única agenda é a eleição de 2026. Todas as decisões econômicas estão condicionadas às perspectivas eleitorais”, afirmou. Ele destacou que o plano econômico do governo não cabe dentro do orçamento e que o cenário atual é de tensionamento fiscal, com foco em aumento de subsídios, benefícios sociais, isenções e pouco investimento em infraestrutura — quatro vezes mais gasto com políticas distributivas do que em obras estruturantes.
O presidente do Sinplast-RS, Alfredo Schmitt, reforçou a importância de o setor plástico estar atento às movimentações políticas e econômicas, além de fortalecer a relação com a base parlamentar. Diante disso, Barreto enfatizou que o relacionamento com parlamentares deve ser baseado em três pilares: presença, confiança e informação de qualidade. E destacou ainda que a sustentabilidade do setor está diretamente ligada à sua capacidade de se posicionar na discussão pública sobre resíduos sólidos, combate à má gestão e construção de políticas públicas que tragam desenvolvimento para o setor perante à sociedade. “Há um colapso no diálogo do governo com os demais atores políticos. Isso obriga o setor produtivo a buscar um novo tipo de relacionamento com o Congresso, que hoje tem um papel muito mais ativo na formulação de políticas públicas”, explicou.