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Exposição de bancos dos EUA à crise soma US$ 640 bi

A exposição dos bancos dos Estados Unidos à crise das dívidas soberanas da Europa gira em torno de US$ 640 bilhões, ou o equivalente a 5% de todos os ativos bancários norte-americanos, de acordo com dados do Serviço de Pesquisas do Congresso do país.

Segundo dois relatórios diferentes enviados aos congressistas dos EUA no mês passado, os problemas com dívidas da Grécia, da Irlanda, de Portugal, da Itália e da Espanha constituem um “sério risco” ao sistema bancário europeu e particularmente às instituições financeiras da Alemanha, da Espanha e do Reino Unido, que possuem fortes vínculos com os bancos norte-americanos.

“Levando em conta que os bancos dos EUA possuem uma exposição superior a US$ 1,2 trilhão aos bancos da Alemanha e da França e exposição direta de US$ 641 bilhões aos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), o colapso de um grande banco europeu pode produzir efeitos similares nas instituições dos EUA”, afirmou a pesquisa do Congresso.

Os documentos ressaltam que os números são apenas estimativas e incluem dois tipos de ativos – os de exposição direta, como empréstimos, e os de “exposição potencial”, como contratos de derivativos, garantias e compromissos de crédito. Segundo analistas, a projeção do Congresso pode ser muito maior ou muito menor que a realidade, porque é difícil quantificar exatamente os ativos que oferecem “exposição potencial”. Por exemplo, um banco pode ter dois tipos de contratos de derivativos que, na prática, cancelam um ao outro.

Há ainda outros dois fatores que podem causar mudanças na estimativa. “Dependendo da exposição das instituições financeiras que não pertencem ao setor bancário e da exposição por meio de canais secundários, a vulnerabilidade dos EUA à Grécia e a outros países da zona do euro pode ser consideravelmente maior”, afirmou o documento do Congresso.

Os participantes do mercado acham que existe uma grande probabilidade de a Grécia declarar default (calote) nas próximas semanas. Isso levaria a uma série de outras crises em toda a Europa. Temendo o pior, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está insistindo para que o sistema bancário da região levante de 100 bilhões de euros a 200 bilhões de euros em capital para se proteger caso o cenário mais catastrófico torne-se realidade. As informações são da Dow Jones.

fonte: Jornal do Comércio