9ª edição do encontro promovido pelo Sinplast contraria as banalidades publicadas diariamente na internet que intitulam o plástico como vilão e comprovam os benefícios do material para o processo de desenvolvimento da sociedade
O uso dos produtos plásticos e o impacto deles na sociedade e no meio ambiente vêm sendo muito discutido na sociedade atual, principalmente diante de um cenário em que a segunda maior capital brasileira proíbe o uso de canudos plásticos em estabelecimentos alimentícios. Os debates do Energiplast 2018, realizado pelo Sinplast trouxe questionamentos e reflexões sobre o comportamento humano no âmbito do descarte dos resíduos sólidos, consumismo exagerado e o olhar no design e desenvolvimento dos produtos.
Indo ao encontro do tema do evento, “Economia Circular: reciclando conceitos, criando atitudes”, o presidente do Sinplast, Edilson Deitos, que deixa o cargo no final do ano, lembrou que é sua última edição na presidência. “Nesses seis anos eu vi de perto a persistência do Sindicato na questão da relevância sobre a reciclagem e a economia circular. Apenas em 2016 o assunto se tornou tema de discussões na sociedade, algo que estamos abordando há nove anos”, exaltou ele, acrescentando que o objetivo do Energiplast é esclarecer que o plástico é uma das maiores invenções do ser humano e, na sua visão, o que está ocorrendo é uma falha da destinação pós consumo. “No nosso planeta não existe jogar fora e sim descartar corretamente”.
O coordenador geral do evento, Luiz Henrique Hartmann, explicou que a economia circular é uma nova maneira de se fazer as coisas na qual não existe a ideia de resíduos. “Até então, desde a Revolução Industrial, os processos eram lineares: se extraía do meio ambiente para fabricação e após se descartava. Isso deve ser alterado para um ciclo constante. Os produtos precisam ser concebidos de uma maneira que eles possam ser reaproveitados e reciclados”, apontou Hartmann, complementando que o conceito da economia circular do plástico é basicamente entender que na concepção do design é fundamental pensar a reciclabilidade do produto. “O desfecho de mais um Energiplast foi extremamente positivo, pois além de trazer conhecimento técnico da área, também mostrou que é possível sim praticar o conceito por meio de cases de empresas brasileiras que já estão aplicando o modelo em seus negócios”, enalteceu.
Um dos palestrantes, Bruno Igel, da Wise, pioneira no desenvolvimento e industrialização de peças plásticas de alta performance no Brasil, realçou a importância do plástico por meio de suas características como durabilidade, leveza e resistência. “Muitos esquecem que ele substituiu materiais em diversas indústrias trazendo benefícios para sociedade. Além de gerar melhorias em termos de saúde, medicina, até mesmo no meio ambiente, deixando os carros e aviões mais leves e reduzindo as emissões de carbono”. Isso é tão verdade que no setor automobilístico, por exemplo, os carros tornam-se 30% mais leve com o uso do material, o que gera a redução em 30 milhões de toneladas de emissões de CO2 na atmosfera.
Já Beatriz Luz, consultora da Exchange 4 Change Brasil, plataforma de troca de conhecimento global e consultoria estratégica que visa promover a economia circular, aponta três elementos chaves para que seja possível partir para um novo paradigma: entender os novos modelos de negócios, ter um olhar sistêmico voltado ao design e praticar uma mudança de mindset partindo para a lógica da colaboração. “Não estamos falando de uma era de mudança, mas de uma mudança de era que muda completamente a realidade de negócios”, ressaltou ela, lembrando que nesse contexto é preciso se adaptar e se conscientizar que há novas formas de se relacionar, produzir e de consumir. “Para aumentar a taxa de reciclagem é preciso pensar menos em reciclagem e mais em design de produto, investir em projetos inovadores que gerem valor e aprender a trabalhar com a cultura da colaboração”, exaltou.
Mais de 200 pessoas participaram do encontro lotando o auditório do Centro de Eventos da FIERGS. O Fórum teve patrocínio da Braskem e Fundação PROAMB e apoio da FIERGS. Mais informações e cobertura completa das palestras acesse https://energiplast.wordpress.com.